Carta a um amigo

E aí, mano?

Pô, veio, tô muito preocupado contigo… Eu tinha pensado que era pena provisória, mas fiquei sabendo que vc caiu de vez. Olha, eu bem que te avisei, vc tava dando mole demais, cara.

Sabe, eu já tava meio cismado há muito tempo, com medo de que alguma coisa podia acontecer contigo. No começo era um pisante novo, óculos de marca, camisa de bacana. E aquela bike? Deve ter sido uma bolada…

Mas o que me fez ficar mais de cara foi quando vc disse aquele negócio de que tava com um esquema armado com uns carinhas aí. Lembra que eu te falei: Veio, isso vai dar ruim… esse povo aí não presta… Mas vc tava na adrenalina, cheio de planos, já pensando em carrão e tudo.

Aqui fora tá batendo uma saudade grande de você. Todo dia eu peço a Deus pra proteger vcs todos que tão aí no sofrimento. Tomara que a liberdade cante logo procê, cara, porque nós aqui tamos lembrando todo dia de você.

Mano, eu tô aqui, pode contar comigo pra o que der e vier. Eu ando meio quebrado, mas vou dar uma nota pra sua mãe comprar umas coisas pra você aí. Quando eu conseguir algum dindin, vou perguntar pra ela o que vc precisa. Aí, se estiver nas condições, vou tá te ajudando, mano, porque vc sempre foi parceiro demais comigo.

Cara, vê se manda umas cartas praqui também, pra nós poder tá desembolando mais. Toda vez que passo na rua da sua casa, olho pra janela do seu quarto e lembro quando eu te chamava pra gente conversar.

Cada dia que passa a saudade aumenta mais, irmão.

Um abraço.

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